A PSICOLOGIA
ASTROLÓGICA
A
observação dos astros acontece muito cedo na Humanidade, nas primeiras civilizações
agrícolas e veio da necessidade de estabelecer um calendário que orientasse o
plantio. Daí nasceram tanto a Astronomia como a Astrologia. O que seja a Astronomia
é do conhecimento de todos. Já para a Astrologia, poderíamos ter tantas definições
quantas forem as pessoas a quem se perguntasse.
A
Astrologia, como nós a consideramos, é a compreensão da correspondência que
existe entre o Homem (o Microcosmo) e o Universo (o Macrocosmo). Ela se serve
de uma linguagem simbólica e de uma visão geocêntrica para indicar uma realidade
interna, subjetiva, psicológica.
A
Astrologia Psicológica nasceu depois do desenvolvimento da Psicologia, a partir
de Freud. Deixou, então, de ser preditiva e passou a ter uma postura mais
voltada para a compreensão da psique humana. A partir de 1930 apareceram
diversos autores, tanto nos Estados Unidos como na Inglaterra, que fizeram a
união dos princípios tradicionais da Astrologia com as descobertas da
Psicologia e divulgaram as novas ideias astrológicas para o mundo.
Enquanto
isso, Bruno e Louise Huber, um casal suíço, ao trabalhar com o psiquiatra
italiano Roberto Assagioli, perceberam que havia uma estreita relação entre as
duas disciplinas, a Astrologia e a Psicologia. Os Huber, então, confrontando os
ensinamentos astrológicos até então conhecidos na Europa e mesmo aqueles dos
antigos sumérios, gregos e romanos com os princípios básicos da Psicologia,
desenvolveram um método novo e o experimentaram por mais de trinta e cinco anos
em consultório, pois, além de astrólogos, também eram psicólogos. Entretanto,
não se trata agora de transpor para a Astrologia os conceitos das várias linhas
de Psicologia, mas de desenvolver um método próprio de compreensão da
personalidade humana a partir do desenho que se forma no firmamento na hora do
nascimento. Desse modo, não dizemos que fazemos Astrologia com um enfoque
psicológico, mas que trabalhamos com Psicologia Astrológica, pois procuramos
entender como se organiza a psique do indivíduo refletida nos símbolos
apresentados no mapa astrológico.
Apesar
de usar a mesma linguagem simbólica da astrologia tradicional, o Método Huber
está estreitamente vinculado a dois conceitos comuns à Psicossíntese, às
filosofias orientais e ao ensinamentos da Escola Arcana:
1º) a ideia da existência de um Centro, um Self ou Eu Superior;
2º) a integração dos três níveis da personalidade, isto
é, o físico, o mental e o emocional em
torno desse Centro, que é a nossa dimensão espiritual. É por meio da
personalidade que esse Centro se manifesta no mundo. Ainda que a personalidade
seja imperfeita e sujeita à evolução, esse Centro, como a manifestação do
Divino em nós, é sábio e não pode ser atingido pelos fluxos emocionais ou
mentais próprios da personalidade. É por essa razão que nos Mapas, segundo o
Método Huber, o Centro não é cortado por nenhuma oposição. É a partir desse
Centro que tudo acontece. É ele que ordena, e coordena, as experiências que
devemos viver para aprender, adquirir consciência e assim evoluir.
Entretanto,
para que possamos integrar a nossa personalidade em torno de um Centro ou Eu
Superior, é necessário que tenhamos consciência não só dos potenciais que nos
ajudam a fazer essa conexão, como das barreiras ou fragilidades que a dificultam.
A Astrologia pode ajudar, e muito, nesse processo de autoconhecimento.
Maria Regina Martins de Assis