A influência
dos planetas em nossa vida
Uma das perguntas mais frequentes que me fazem, depois do
interesse pelos relacionamentos, refere-se à possível influência dos planetas
em nossas vidas, no nosso destino. “Será que há um planeta que possa me ajudar?”
“Que planeta está passando por minha vida que está tudo virado?” “Até quando
vai durar esta situação? Dá para você ver que planeta está me influenciando?”
“Tem um planeta bonzinho que possa modificar estas minhas dificuldades?” Estas
perguntas são feitas muitas vezes em tom de brincadeira, mas outras vezes
seriamente, refletindo uma certa ansiedade de
imaginar-se preso a um destino, a uma fatalidade da qual não se pode
escapar.
Não podemos neste curto espaço discutir uma questão tão
profunda como esta, e na verdade, nem todos astrólogos concordam inteiramente
sobre ela. Os atuais conhecimentos humanos não nos permitem ter uma visão
segura de como acontece essa ligação dos homens com o sistema planetário e
seria perda de tempo tentar dar uma explicação lógica a ela. Uma historinha
tirada do segundo número da revista Mantras pode colocar melhor a nossa posição
diante de um fato que existe, que é observável, mas cuja extensão ainda não
podemos compreender na totalidade. Conta que um repórter perguntou ao músico
John Cage se ele acreditava em Astrologia e ele bem humorado respondeu: “Como é
que você quer que eu corte a ligação que os homens têm com os astros? Com uma
faca?” Ou seja: esta ligação é tão óbvia que não dá nem para pensar que possa
ser de outra maneira e ponto final!
No entanto, acreditar que os planetas têm poderes absolutos
sobre nós é estar à mercê dos acontecimentos, como um cata-vento ou uma biruta
que vai na direção em que o vento sopra. É não querer tomar as rédeas do nosso
destino, entregar-se passivamente, sem opção de escolha diante dos
acontecimentos do mundo externo. Mesmo em situações extremas, como uma guerra,
um conflito armado, um desastre econômico ou ambiental, uma doença, uma perda
dolorosa, sobra-nos a possibilidade de vivermos conscientemente o processo, buscando-lhe o significado (função de Júpiter) e
aprendendo com ele. Para isso, duas coisas são de fundamental importância: o despertar da
consciência e o exercício da vontade (funções do Sol). Todas as linhas da psicologia têm como certo que só
poderemos resolver os nossos problemas se eles estiverem acessíveis à
consciência. Se permanecerem inconscientes, tornam-se um constante motivo de
infelicidade, tanto para nós como para os outros. Só podemos mudar o que
conhecemos, o que somos capazes de enxergar. E aí para mudar, precisamos querer
mudar, lançar mão de uma vontade
forte e decidida (Sol) que nos porá em ação (Marte). Deste modo, e só deste, poderemos escapar das forças que
agem dentro de nós, sejam elas de que espécie forem consideradas, planetárias
ou não.
Nesta procura de
autoconhecimento Astrologia pode ajudar e muito. Nesta relação perfeita entre o
ser humano e o Universo, ela pode revelar as forças que agem dentro de nós, não
só forças planetárias, mas também forças psíquicas das quais podemos, ou não,
estar conscientes.
Os símbolos
astrológicos representam energias que se expressam através de nossas atividades
diárias, dependendo das relações dos planetas entre si e da sua
localização por signo e por casa. Pode-se
então perceber os fatores condicionantes que vivemos na infância que podem ter
reprimido certos traços considerados “indesejáveis” pela sociedade, ou
desestimulado o desenvolvimento de outros, simplesmente porque não foram vistos
que estavam ali. Outro fator importante é tomarmos conhecimento de nossa
motivação básica diante da vida, a estrutura de nossa consciência, interesses próprios e legítimos, não
modificados pelo meio e pela educação. É o nível mais profundo do ser humano, vivido o mais das vezes de forma
inconsciente e automática. Em função de
como nos esforcemos por realizar, consciente ou inconscientemente esta
motivação, será a obtenção dos diferentes graus de êxito ou de fracasso.
Há num mapa muitos fatores que devem ser analisados para se
que se tenha do ser humano uma visão mais holística, mais global. Não podemos,
no entanto, nos esquecer de que a responsabilidade do que fazemos com nossas
vidas pertence exclusivamente a nós mesmos e que temos o livre arbítrio para
escolher se vamos conduzi-la, ou não, na direção da felicidade.
Maria Regina Martins de Assis
Maria Regina Martins de Assis
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